Quem é que não tem medo de errar? Quem é que não tem medo de receber um não?
Quem é que também não tem medo de perder o emprego, ficar sem dinheiro ou até perder sua vida?
Ter medo é altamente normal, na realidade, é por isso que nós somos os seres dominantes neste planeta... nós sempre tivemos medo do escuro, da Lua, do Sol, do Fogo, de Animais e tudo que rodeávamos, e talvez, devido ao medo, foram criadas as divindades antigas...
Deuses e devido a isso, civilizações foram criadas, invenções foram feitas e nós, seres humanos, para nos proteger e evitar nossos próprios medos, fomos evoluindo e mudando o ambiente de acordo com nosso desejo.
Quem não enfrenta seus medos, sucumbe a eles Nosso medo interior sempre é maior que eles realmente são... sempre vemos as coisas com a nossa ótima míope e esquecemos, que devemos também olhar com outros e/ou consultar outras opiniões... principalmente para evitarmos que a nossa visão míope das coisas que é baseada somente na nossa experiência e medos.
O problema não é somente o fato de que devemos enfrentá-los... somente que devemos ser cuidadosos, mas continuar.... ir em frente... fazer as coisas acontecerem, não ficar parados, congelados pelo nossos medos.
O medo é aquele que sentimos, quando estamos caminhando na faixa de pedestres, com o sinal fechado, mas, do nada, ouvimos freios de carro... o ruído, nos faz sentir assustados e ao mesmo tempo nos congela e nos impede de tomar alguma atitude, como a de possivelmente sair da caminho.
Sem o medo, não sobrevivemos O medo é uma coisa boa, sem ele, não sobreviveríamos... faríamos coisas doidas e não passaríamos dos primeiros anos de nossas vidas, ou seja, não estaríamos aqui lendo este texto. O medo tem que ser usado e moldado para o nosso bem, porque essa é a sua função...
Quando ficamos assustados, nosso cérebro, entra em estado de alerta e ativa várias glândulas, que visam secretam substâncias que aceleram nossa respiração, batimentos cardíacos e principalmente aumenta a nossa resposta aos estímulos... com isso, conseguimos observar e avaliar as coisas com uma maior velocidade, tomar decisões e principalmente evitar o perigo. Portanto, precisamos do medo.
Então, porque sucumbimos ao medo? Só posso falar no eu já vivi e conheço... a sociedade humana moderna... criou várias regras para nossas atitudes e a principal dela é a vergonha... Nós temos vergonha de mostrar nossos erros, de parecer ridículos, de errar e tudo mais que está ligado a falhas. Por isso, nós deixamos de usar nosso medo como uma coisa boa e acabamos ficando congelados, inativos, parados vendo as coisas passarem.
Quando eu era garoto, eu ficava com vergonha de chegar nas garotas para dançar e/ou até paquerar, eu me sentia inadequado para tudo... e principalmente, eu me imaginava sucumbindo ao um não... seria humilhante perante meus amigos... ou seja... vergonhoso levar um não na cara... Pois é... eu ficava sozinho, chupando o dedo, enquanto meus outros amigos, tinham namoradas, dançavam nas festas e tudo mais.
O medo moderno é o medo de falhar? Antigamente, teríamos medo de morrer em algum acidente, doença ou até, morto por algum animal carnívoro... simplesmente vivíamos tendo cuidado com isso, mas é claro, precisávamos viver nossas e por isso, não nos preocupávamos com coisas bobas, como vergonha.
Hoje em dia, o mundo está mais civilizado... Doenças não são tão fatais, acidentes podem ser evitados e não existem animais violentos por ai... então, o medo tem evoluído para coisas mais cabeça, como o de nos ver ridicularizados por alguma coisa.
Falhar é tão ruim assim? Sempre me lembro do medo que eu tinha na possibilidade de falhar ou ser ridicularizado perante o público. Quando fui fazer a primeira apresentação ao um público estranho, foi na apresentação do "Pensamento Estruturado para Informática" na FENASOFT, como co-apresentador. Lembro-me de ter ficado assustado e me imaginando ser ridicularizado perante a platéia... vivi e vivenciei cada minuto, me sentia nu e tudo mais... até que chegou o dia, fui para São Paulo, cheguei no pavilhão com meu amigo, entramos no auditório, nos preparamos, ele fez a apresentação dele até que então, chegou a minha hora. Meu amigo me apresentou, me levantei, cheguei perante ao público, mas encarei a platéia e sai falando daquilo que eu havia me preparado e sabia o que falar.